Em uma época de instabilidade econômica e financeira, alta do dólar, aumento da taxa de juros, inflação crescente, retração de crédito, queda da poupança interna e escândalos de corrupção, é imprescindível rever a estrutura de capital da companhia, sendo esta uma atividade sumária da governança corporativa.
É comum e frequente nesse cenário de crise ter a necessidade de investir em modernização e/ou expansão, isso com objetivo único de assegurar uma melhor rentabilidade e maior competitividade. Mas para isso, é preciso planejar muito e a curto prazo, ter um forte controle desse projeto, estar atento às oscilações da economia, da atividade econômica e do mercado de atuação, além de prever possíveis adequações e ajustes às vezes necessários durante o plano de investimento.
Para começar um planejamento é preciso pensar e decidir entre duas modalidades: CAPEX ou OPEX, ação que não deve ser tratada meramente como uma opção de modalidade de contratação, pois essa decisão deve estar inteiramente alinhada aos objetivos do negócio da companhia.
O termo CAPEX é a sigla em inglês para a expressão “Capital Expenditure” (Investimentos em bens de capital). Refere-se ao montante de recursos aplicados no investimento para modernização e/ou expansão da empresa. Já o OPEX ou “Operational Expenditure” (Despesas Operacionais) significa o montante de recursos necessários para o funcionamento da empresa.
A escolha deve levar em consideração além do resultado econômico, outros impactos, tais como: o fluxo de caixa, custo operacional, custo de oportunidade, custo financeiro, vínculos contratuais e economia fiscal, e, acima de tudo, considerar o ciclo de vida do projeto.
Antes de comparar os prós e contras entre essas duas modalidades, é indicado promover uma análise de estrutura de capitais, algo que o mercado exige de cada tipo de empresa. Ainda deve ser estudado o endividamento, imobilização de capital, risco do negócio, situação tributária e relacionamento com provedores de recursos.
Alguns dos impactos que essas modalidades promovem na empresa são: no patrimônio – com gastos na aquisição de bens no CAPEX ficam imobilizados no patrimônio da empresa, enquanto no OPEX são reconhecidos como resultado no decorrer do projeto.
Na modalidade CAPEX, teremos uma saída substancial e total do caixa no início do projeto, podendo ser agregado a ele o custo de oportunidade do capital investido. Em contrapartida, no OPEX teremos um desembolso/despesa mensal.
No resultado, o CAPEX promove um lucro maior por reconhecer uma despesa menor quando comparada com a despesa destacada pelo OPEX, impactando diretamente nos resultados periódicos.
Na economia tributária, o impacto do OPEX é muito mais interessante em termos de dedutibilidade de impostos por ser representativamente maior quando comparado com a depreciação e o custo de oportunidade promovidos pelo CAPEX.
Nesse momento é importante um estudo detalhado da modalidade de estrutura de capital para uma readequação rápida e eficiente alinhada a uma gestão concentrada na rentabilidade do capital e no capital de giro.
Avaliar esse contexto bem como redirecionar a empresa é uma responsabilidade da governança corporativa, que, sobretudo, deve zelar pela continuidade da empresa.