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Algoritmos de Geração de Domínio (DGA): o que são e quais os riscos?

Algoritmos de Geração de Domínio (DGA): o que são e quais os riscos?

Embora não seja exatamente nova, a tática usada por cibercriminosos para criar domínios e estabelecer canais C2 resilientes representa uma ameaça crescente às empresas; veja como se proteger.

Algoritmos de Geração de Domínio (DGAs) são técnicas utilizadas por agentes maliciosos para criar, de forma automatizada, um grande volume de nomes de domínio únicos a cada ciclo de execução, com o objetivo de estabelecer canais de comando e controle (C2) resilientes e difíceis de bloquear por métodos tradicionais.

Diferentemente de domínios estáticos, que podem ser identificados e adicionados a listas de bloqueio, os domínios gerados por DGAs seguem regras algorítmicas que podem variar desde combinações pseudo aleatórias de caracteres até construções baseadas em listas de palavras pré-definidas ou eventos temporais sincronizados, tornando praticamente impossível antecipar manualmente todas as variações possíveis.

Esse mecanismo de geração dinâmica de domínios foi popularizado por ameaças de grande impacto, como o Conficker, que em 2008 empregava um DGA capaz de produzir até 50 mil domínios por dia, distribuídos por centenas de TLDs (Top Level Domains), sobrecarregando os defensores com a necessidade de bloquear uma infinidade de nomes antes mesmo de registrá-los.

Mais recentemente, botnets como Necurs e trojans bancários como Dridex exploraram DGAs sincronizados com o tempo para garantir que sistemas infectados buscassem, diariamente, pontos de C2 ativos, mesmo após operações de derrubada de infraestrutura por agências de segurança.

Como funciona um DGA?

O funcionamento interno de um DGA geralmente envolve parâmetros configuráveis, como sementes baseadas na data, em chaves criptográficas ou em listas de palavras, que são processadas por funções de hash ou geradores de números pseudo aleatórios.

A cada execução, o algoritmo produz um conjunto previsível apenas para quem conhece as regras de geração, mas completamente imprevisível para pesquisadores externos que não tenham acesso ao código ou às sementes utilizadas pelo atacante.

Esse caráter determinístico-inacessível confere ao malware a capacidade de alternar domínios de forma automatizada, garantindo redundância e persistência mesmo quando parte da infraestrutura é removida.

O uso de DGAs em campanhas maliciosas traz riscos significativos para a segurança corporativa. Ao evitar dependência de domínios fixos, essas campanhas dificultam a aplicação de políticas de bloqueio baseadas em listas estáticas, favorecem a evasão de sandboxes e tornam o processo de contenção mais lento, já que cada novo domínio precisa ser analisado e registrado manualmente.

Além disso, a grande quantidade de consultas DNS geradas pode sobrecarregar resolvers legados, provocando degradação de desempenho e potenciais falhas de disponibilidade, especialmente em ambientes que não utilizam proteção específica contra surtos de queries suspeitas.

Estratégias de mitigação

Para mitigar essa ameaça, as empresas devem adotar soluções de segurança de DNS que atuem no próprio nível de resolução, interceptando consultas e aplicando técnicas de análise comportamental e heurística.

Soluções de “Protective DNS” realizam monitoramento em larga escala do tráfego de consultas, identificando padrões típicos de DGAs — como volumes elevados de NXDOMAIN (respostas de domínio inexistente) e entropia elevada nos nomes consultados — e bloqueando automaticamente tentativas de contato com domínios gerados por algoritmos suspeitos.

Essa abordagem preventiva interrompe o fluxo de comunicação maliciosa antes que o malware consiga estabelecer ou retomar canais C2, reduzindo drasticamente a janela de exposição e os impactos de incidentes.

Outros pontos de atenção

Além da análise de padrões, as melhores práticas de proteção DNS incluem a integração de feeds de inteligência de ameaças (CTI), que trazem continuamente listas de domínios já associados a campanhas DGA, e o uso de modelos de machine learning para classificar novos domínios em tempo real.

Esses modelos avaliam atributos como entropia lexical, comprimento do nome, frequência de consultas e presença de combinações atípicas de caracteres, gerando pontuações de risco que permitem decidir, de forma automatizada, se uma consulta deve ser permitida ou negada.

As empresas também podem se beneficiar de políticas de controle de egress, que restringem resolvers internos a comunicarem-se apenas com servidores DNS confiáveis e de alta segurança, de modo a evitar que endpoints infectados contornem filtros corporativos e acessem resolvers externos sem supervisão.

Em conjunto, essas defesas formam um perímetro dinâmico de segurança, em que o DNS deixa de ser um simples serviço de infraestrutura para se tornar um sensor avançado de ameaças, capaz de identificar comportamentos anômalos antes mesmo que ocorram compromissos mais profundos na rede.

Protegendo-se com a Infoblox

Nesse contexto, as soluções da Infoblox se destacam por oferecer uma plataforma unificada de segurança de DNS, que vai além do bloqueio reativo para incorporar threat intelligence continuamente atualizada e análises baseadas em machine learning.

O BloxOne™ Threat Defense, por exemplo, automatiza a detecção de domínios gerados por DGA, correlacionando dados de telemetria DNS com indicadores de comprometimento e classificações de risco, acionando mecanismos de bloqueio em milissegundos sem intervenção manual.

Adicionalmente, a Infoblox Advanced DNS Protection (ADP) oferece recursos de mitigação de ataques volumétricos e não-volumétricos, mantendo a disponibilidade dos serviços mesmo sob intensos surtos de queries maliciosas.

Com visibilidade global sobre pontos de ataque e comportamentos fora do padrão, aliada a hardware dedicado para inspeção de pacotes e atualização automática de políticas a partir de pesquisas de ameaças, a plataforma garante que apenas consultas legítimas sejam respondidas, eliminando falhas de configuração que poderiam ser exploradas para expansão de campanhas DGA.

Em suma, ao elevar a segurança de DNS a um nível proativo e baseado em inteligência, as soluções Infoblox permitem que organizações de todos os portes se protejam contra a sofisticação crescente de algoritmos de geração de domínio.

Incorporando detecção comportamental, machine learning e threat intelligence num fluxo automatizado, a Infoblox não apenas bloqueia domínios maliciosos antes que causem estragos, mas também fortalece a resiliência operacional, garantindo continuidade de negócios e a confiança de clientes e parceiros em um cenário em que o DNS é cada vez mais explorado como vetor de ataque.