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Edge computing: o conceito que faltava para tornar a nuvem ainda melhor!

Edge computing: o conceito que faltava para tornar a nuvem ainda melhor!

Também chamada de “computação de borda”, a arquitetura sugere que dados mais críticos e importantes sejam processados na parte da rede mais próxima ao usuário, dispensando tráfegos desnecessários na clássica relação entre cliente e servidor.

Você já ouviu falar de edge computing? Tal como a computação na nuvem, trata-se de um conceito relativamente antigo, mas que passou a ganhar notoriedade ao longo dos últimos anos por ser “a metade da laranja” para uma série de novas tecnologias que se popularizaram, como cloud computing, Internet das Coisas (IoT) e conectividade 5G. Se quiséssemos resumir todo este artigo neste primeiro parágrafo, bastaría dizermos que a edge computing resolve uma série de problemas de todas essas tecnologias citadas.

Mas vamos por partes. Traduzindo literalmente, edge computing significa algo como computação de ponta ou computação de borda — esta segunda expressão é a mais adotada em nosso país. Também é conhecida por alguns como “fog computing”, ou “computação da névoa”, em alusão ao fato de que a neblina nada mais é do que a condensação de água, tal como uma nuvem, mas que permanece mais próxima ao solo, que é onde nós caminhamos diariamente.

Após toda essa explicação filosófica, fica simples entender que o conceito de edge computing nada mais é do que a proposta de adicionar pontos de processamento de dados mais próximos ao usuário final, reduzindo a quantidade desnecessária de tráfego entre a clássica relação cliente-servidor. Isso se tornou necessário principalmente por conta da altíssima quantidade de informações que um ambiente ou consumidor comum pode gerar ao longo de um curto intervalo de tempo.

Quando a nuvem desce… E se torna névoa

Para entender como a computação de borda pode ser útil, vamos imaginar um ambiente fabril que possua uma grande quantidade de sensores inteligentes conectados à internet — e, claro, à uma central de controle que diga ao controlador caso um alagamento, um curto-circuito ou um vazamento de gás seja detectado. Visto que (esperamos que!) tais incidentes raramente ocorrerão, podemos estimar que em pelo menos 90% do tempo tais gadgets estarão gerando dados desnecessários e enviando-os para um servidor na nuvem.

Não seria muito mais prático caso as informações úteis permanecessem mais próximas da central de controle? Podemos vislumbrar três benefícios nisso: economia no armazenamento remoto de logs, redução do uso da banda larga e agilidade no acesso a tais dados. O chão de fábrica é apenas um exemplo: carros conectados, dispositivos de smart cities e outros aparelhos disruptivos que usam a tecnologia 5G devem disponibilizar dados críticos ao usuário da forma mais rápida e acessível possível.

Em outras palavras, o que o conceito de edge computing propõe é que, em vez de simplesmente seguirmos o modelo de cliente-servidor-cliente para envio e requisição de informações, tenhamos pontos intermediários nessa jornada que cuidam daquilo que é realmente necessário. Dados que são pouco acessados e que podem ser mantidos em armazenamento por mais tempo a fio são efetivamente direcionados ao servidor, já que eles dificilmente serão tão requisitados assim.

Todo mundo ganha!

Já dissemos anteriormente que a computação na borda não é exatamente algo surgido ontem — lá na década de 90, já se discutia a instalação de servidores intermediários para fornecer conteúdos em vídeo com maior agilidade para os internautas, sem que eles precisassem aguardar o tão temido “buffer”. Na década seguinte, as primeiras infraestruturas edge comerciais chegaram ao mercado. Porém, novamente, foi só com a explosão dos dispositivos inteligentes e smartphones, que geram quantidades insanas de dados diariamente, que a abordagem ganhou notoriedade.

À esta altura do campeonato, é provável que você esteja se perguntando qual são as vantagens da edge computing para empresas e desenvolvedores, visto que seus benefícios para o usuário final já estão bem claros. Bom, a vantagem está justamente em fornecer uma experiência mais fluida, rápida e consistente aos seus consumidores! Uma aplicação pode ser entregue com uma latência ainda menor, diminuindo atrasos na transmissão de dados e reduzindo drasticamente — ressaltamos, drasticamente! — eventuais falhas de disponibilidade por erros no servidor primário.

É óbvio, contudo, que nem tudo são flores. Antes de procurar parceiros de computação de borda e adotar tal abordagem, é essencial ter em mente que, como qualquer conceito tecnológico, a edge também possui seus desafios que precisam ser estudados com cautela. Isso inclui cuidados especiais com a segurança de dados, garantindo que a proteção dos dados com criptografia (tanto em trânsito quanto at-rest) e a aplicação de configurações adequadas de políticas e regras de acesso.