
Embora ignorada por muitos, a ameaça dos ataques de negação de serviço podem derrubar aplicações críticas; felizmente, o mercado dispõe de várias técnicas e táticas para garantir a disponibilidade dos serviços.
Embora o ataque distribuído de negação de serviço (DDoS) seja uma ameaça antiga, muitas empresas ainda o subestimam ou negligenciam em suas estratégias de segurança. A crença de que “isso só acontece com grandes provedores” ou “não seremos alvos” leva muitas organizações a deixarem de investir em soluções específicas de mitigação.
No entanto, um único episódio bem-sucedido de DDoS pode paralisar serviços críticos, gerar prejuízos financeiros significativos, comprometer a experiência do cliente e manchar a reputação da marca no mercado.
O que são DoS e DDoS
O ataque de negação de serviço (DoS, do inglês Denial of Service) tem como objetivo tornar um recurso de rede ou aplicação indisponível. Essa indisponibilidade é alcançada ao sobrecarregar o servidor ou a aplicação com um volume de tráfego ou requisições que ultrapasse sua capacidade de processamento. No modelo clássico de DoS, um único atacante envia grandes quantidades de pacotes ou solicitações diretamente ao alvo.
Já o DDoS (Distributed Denial of Service) expande esse conceito ao distribuir o ataque por múltiplas máquinas, muitas vezes infectadas por malwares e controladas remotamente—criando assim uma botnet. Essa distribuição permite atingir níveis de tráfego muito maiores e dificulta a identificação e bloqueio dos agentes maliciosos, pois o tráfego malicioso se origina de incontáveis endereços IP espalhados pelo mundo.
Características e funcionamento
Com milhares ou milhões de dispositivos comprometidos, o DDoS consegue saturar links de rede, balanceadores e servidores simultaneamente. O que chama a atenção é a diversidade de vetores — existem diferentes tipos de ataques DDoS, que exploram vulnerabilidades em camadas distintas do modelo OSI:
- Volumétricos (Camada 3/4): buscam inundar a largura de banda do alvo com pacotes (UDP, ICMP, spoofing);
- Protocolares: esgotam recursos de processamento de firewalls e balanceadores (SYN flood, TCP reset);
- Aplicação (Camada 7): simulam requisições legítimas para drenar CPU e memória do servidor web.
Como táticas de evasão de defesa, podemos citar padrões de tráfego dinâmicos, uso de técnicas de reflexão/amplificação (DNS, NTP) e rotação de IPs como fatores que dificultam a filtragem. Além da indisponibilidade, DDoS pode disfarçar ataques de invasão, exfiltração de dados ou fraudes, prejudicando ainda mais a segurança geral.
Evolução histórica da ameaça
Desde os primeiros ataques DoS nos anos 1990—quando invasores exploravam falhas em protocolos ICMP e UDP—até os sofisticados DDoS atuais, houve uma escalada constante em volume e complexidade.
Nos anos 2000, ataques envolvendo redes de computadores infectados e reflexões DNS tornaram-se populares, alcançando picos de dezenas de Gbps. Mais recentemente, botnets IoT (Internet das Coisas) ampliaram ainda mais a base de dispositivos disponíveis para ataque, resultando em incidentes que superam centenas de Gbps.
Desafios atuais
Com a migração massiva de aplicações para ambientes de nuvem e arquiteturas distribuídas (micro serviços, containers, APIs REST/gRPC), surgiram novos pontos de vulnerabilidade.
A elasticidade dos provedores de nuvem ajuda a absorver picos de tráfego, mas não resolve ataques direcionados à camada de aplicação ou à base de dados. Além disso, a complexidade de orquestração e monitoramento em múltiplos ambientes dificulta a implantação de políticas de segurança consistentes.
Ferramentas de proteção em um WAAP
O modelo WAAP (Web Application and API Protection) reúne um conjunto de funcionalidades para proteger aplicações web, APIs e dispositivos móveis contra as ameaças mais sofisticadas, incluindo DDoS. Entre os principais recursos, destacam-se:
- Mobile App Shielding: proteção embutida em aplicativos móveis para impedir engenharia reversa, adulteração e uso indevido. Este recurso:
- Transforma o código-fonte ou binário em uma versão difícil de analisar, protegendo fluxos críticos (autenticação, lógica de negócios, criptografia).
- Identifica dispositivos com jailbreak, root ou emuladores, bloqueando a execução em ambientes potencialmente comprometidos.
- Garante que apenas apps legítimos se comuniquem com as APIs, prevenindo interceptações e ataques de homem-no-meio.
- Rate Limiting: controle de taxa de requisições por cliente, rota ou serviço, limitando o número de acessos num intervalo de tempo. Este recurso:
- Bloqueia surtos repentinos de requisições, preservando recursos de CPU, memória e largura de banda.
- Identifica padrões atípicos, como tentativas de scraping em massa ou testes de força bruta.
- Políticas por usuário, IP, endpoint ou tipo de aplicação (web, mobile, API-to-API).
Além disso, temos o WAF (Web Application Firewall), que analisa cabeçalhos, parâmetros e payloads em buscas de injeções SQL, XSS, CSRF e outras ameaças de camada de aplicação; e o DDoS Mitigation, que redireciona o tráfego para centros de limpeza onde pacotes maliciosos são filtrados e realiza a integração com provedores de nuvem e CDNs para absorver altos volumes de tráfego sem impacto ao usuário final.
Outras funcionalidades da abordagem WAAP
- API Security: caça a vulnerabilidades em cargas JSON/XML, autenticação OAuth/OpenID e controle de versão;
- Bot Management: identificação e bloqueio de bots maliciosos versus bots legítimos de indexação e monitoramento;
- Rate-based Access Control: combinação de rate limiting com reputação de IP e geolocalização para regras mais inteligentes;
- Threat Intelligence Integrada: mapas de calor de ataques em tempo real e feed de indicadores de comprometimento (IoCs).
Boas práticas de mitigação
- Planejamento de capacidade: estimar picos de uso legítimos e configurar limites de rate limiting com folga;
- Testes de stress e simulação: realizar exercícios de ataque controlado (red team) para validar tempos de resposta e políticas;
- Monitoramento contínuo: dashboards com métricas de taxa de requisições, latência, erros 5xx e padrões de geolocalização;
- Resposta a incidentes: playbooks claros definindo papeis, responsabilidades e fluxos de escalonamento;
- Treinamento de equipes: sensibilizar desenvolvedores e DevOps sobre práticas seguras de código e configuração de infraestrutura.
Pioneirismo da solução F5 WAAP
A F5 foi uma das primeiras empresas a consolidar as funções de WAF, DDoS mitigation, API protection e Mobile App Shielding em uma única plataforma WAAP unificada. Seus diferenciais incluem implantação híbrida e multicloud compatível com data centers on-premise, nuvens públicas (AWS, Azure, GCP) e ambientes híbridos; e visibilidade unificada com painel centralizado de logs, alertas e relatórios de compliance para todas as camadas de defesa.
Temos ainda atualização contínua de assinaturas, com equipe de threat intelligence 24/7 que alimenta assinaturas e regras de mitigação sem downtime; suporte a dispositivos móveis através do Mobile App Shielding nativo para iOS e Android, garantindo que aplicativos em campo estejam protegidos contra adulterações e ataques de DDoS; e escalabilidade automática, que integra CDNs e orquestração de clusters para absorver picos de tráfego, sem intervenção manual.
Com a crescente sofisticação dos ataques DDoS e a expansão de aplicações em nuvem e dispositivos móveis, confiar apenas em firewalls tradicionais ou soluções pontuais já não é suficiente. O modelo WAAP, ao agrupar WAF, API Protection, DDoS Mitigation e Mobile App Shielding, oferece uma abordagem integrada e adaptativa para proteger aplicações críticas.
A F5 WAAP, pioneira nesse segmento, proporciona defesa multi-camada, visibilidade unificada e flexibilidade de implantação em diversos ambientes—seja on-premise, na nuvem ou em configuração híbrida. Ao adotar essa solução, as organizações garantem resiliência contra ataques volumétricos e de aplicação, mantendo a disponibilidade, o desempenho e a integridade de seus serviços para usuários web, desktop e mobile.