Com a crescente adoção de cloud computing, várias questões surgem junto com o desafio de migrar aplicações locais para a nuvem, entre elas, como garantir que na WAN, teremos um dempenho similar ao que temos na LAN?
Steelhead é a solução da Riverbed, número 1 do mercado para aceleração e otimização de dados na WAN. Neste artigo iremos verificar na prática, simular algumas transferências de arquivos e comparar as taxas de velocidades e o tempo que se leva com e sem o uso da aceleração.
O ambiente de teste é 100% virtual e conta com os seguintes softwares:
- VMware Workstation 12 Pro
- Dois PCs com Sistema Operacional Windows 7
- Dois Virtual Steelheads CX 555V
- WANem v2.3
- FileZilla Client v3.17.0/Server v0.9.59 Beta
- Wireshark v1.12.4
Objetivo
Para avaliar a eficiência da otimização do Steelhead, faremos os seguintes testes:
- Transferir arquivos da máquina server para a máquina cliente sem regra de otimização nos Steelheads
- Transferir arquivos da máquina server para a máquina cliente com regra de otimização nos Steelheads
- Comparar o tempo de transferência
- Analisar a quantidade de dados trafegados na WAN
Topologia
A topologia representada pela Figura 01, mostra um cliente que se comunica com o servidor para copiar alguns arquivos. A sessão vai passar por ambos Steelheads e pelo emulador de WAN (WANem).
Preparando a WAN
Para simular uma comunicação WAN, usaremos o software WANem, ilustrado na Figura 02, que nos permite simular qualquer velocidade de link, aplicar latência, perda de pacote, etc. Para este cenário, usaremos 60ms de latência, 10% de perda de pacote e um link de 1,544 Mbps (T1) em cada lado da WAN.
Figura02 – Configuração do WANem
Ao aplicar estas configurações, deixamos nossa WAN virtual um pouco mais parecida com uma WAN real, inclusive com latência maior e algumas perdas de pacote.
A Figura 03 mostra que durante os testes com o comando Ping, a latência aumentou para uma média de 120ms, além de apresentar perdas de pacotes. Antes da configuração, a latência estava com uma média de 1ms.
Figura03 – Ping para o servidor com WANem configurado
Testes de Transferência
Podemos mapear uma pasta do servidor na máquina cliente para transferência com o protocolo SMB2.
Figura 04 – Mapeando a pasta do servidor do cliente
Neste momento, já deve haver uma conexão estabelecida entre o cliente (10.10.10.99) e o servidor (10.10.30.99) e esta conexão deve estar passando pelos dois Steelheads. Para validar, podemos acessar o VCX01 (Steelhead cliente) e verificar as conexões atuais, conforme Figura 05:
Figura 05 – Conexão cliente-servidor passando pelo Steelhead
Para fazer o primeiro teste, que consiste em uma transferência de arquivo sem otimização do Steelhead, podemos criar uma regra baseada na rede de origem, que irá ignorar (passthrough) a conexão. Vamos usar o mesmo cliente, porém, com um endereço de IP novo: 10.10.10.100.
A regra de passthrough irá ignorar a conexão deste cliente e a transferência ocorrerá sem otimização, conforme mostrado na Figura 06.
Teste 01 – Transferência de arquivo de 3,2MB do servidor para o cliente, sem regra de otimização
Primeiramente devemos acessar a pasta do servidor via FTP server. Conforme Figura 07.
Figura 07 – Transferência sem otimização
Usamos o Filezilla client para transferir o arquivo do servidor para o cliente. A transferência ocorreu a uma média de 24Kbps.
O primeiro arquivo de 3,2MB levou cerca de 2 minutos para ser transferido do servidor para o cliente.
Figura 08 – Transferência sem otimização em 120 segundos
Teste 02 – Transferência de arquivo de 6MB do servidor para o cliente, sem regra de otimização
Figura 09 – Transferência sem otimização em 234 segundos
O segundo arquivo de 6MB levou quase 4 minutos e também ocorreu a uma média de 24KB/s.
O Wireshark ficou aberto durante a transferência do segundo arquivo e foi possível verificar a quantidade de pacotes capturados, conforme Figura 10.
Figura 10 – Captura de pacotes
Foram capturados cerca de 7770 pacotes durante a transferência do arquivo de 6MB. Depois iremos comparar, quando a otimização estiver configurada.
A partir deste momento, a regra de passthrough foi removida e o IP do cliente voltou a ser 10.10.10.99.
Não é necessário nenhuma configuração especifica de otimização para que o Steelhead passe a otimizar SMB2 ou FTP, já é habilitado por padrão.
Obs.: a primeira transferência com a regra de otimização é conhecida como “cold transfer”, quando os Steelheads não conhecem o arquivo. A partir da segunda transferência do mesmo arquivo, acontece a “warm transfer”, que é quando os Steelheads já conhecem os arquivos e enviam apenas as referências para o Steelhead remoto. Por questão de brevidade, o tempo de transferência durante a “cold transfer” será incluído apenas no final dos testes, numa tabela comparativa.
Teste 03 – Transferência de arquivo de 3,2MB do servidor para o cliente com regra de otimização
Podemos ver que após a configurar a otimização, levou apenas 6 segundos. Se houver várias transferências do mesmo arquivo, o tempo pode diminuir ainda mais, conforme a Figura 11.
Figura 11 – Transferência com otimização em 2 segundos
Teste 04 – Transferência de arquivo de 6MB do servidor para o cliente com regra de otimização
Figura 12 – Transferência com otimização em 2 segundos
Assim como no Teste 03, a Figura 12 mostra que a transferência foi muito mais rápida, passando de 234 segundos para 4 segundos!
Também podemos ver que a taxa de transferência passou de 24Kbps para 2.3Mbps como mostra a Figura 13.
Figura 13 – Taxa de transferência com regra de otimização
Assim como feito no Teste 02, o Wireshark também ficou aberto durante o Teste 04 e podemos ver que houve uma grande diminuição de dados trafegados na WAN, ou seja, de 7770 para 274 pacotes!
Figura 14 – Captura de pacotes com regra otimização
Abaixo uma tabela que compara os tipos de testes e os resultados obtidos.
Figura 15 – Tabela comparativa de testes
Na Figura 16, podemos ver que a quantidade de dados trafegados na WAN é muito menor do que na LAN. Isso acontece porque o Steelhead, durante a Warm Transfer, não envia o arquivo inteiro, apenas as referências do arquivo, que foi adicionado durante a Cold Transfer.
Figura 16- Redução de dados na WAN
Mesmo em um ambiente 100% virtual, é possível comprovar que a utilização do Steelhead melhora muito a performance quando precisamos transferir arquivos entre duas localidades diferentes, além de acelerar, o Steelhead garante que menos dados sejam trafegados na WAN, evitando despesas com links de grande capacidade.